Tuesday, May 24, 2005

…a bicha enclausurada…

Era muito tarde e cansaço que aparentemente se apoderava do meu corpo não me deixou dormir... por isso apesar de serem mais de 2 horas da madrugada resolvi ir até à Beira-Rio.
Uma volta por lá a pé cansaria mais o corpo e talvez fizesse o sono regressar... queria dormir muito e não conseguia.
E o olhar sobre a cidade do lado de lá é sempre tão belo…



Passear naquela hora tardia tem riscos evidentes, nomeadamente de segurança, mas o temor não fazia naquele momento parte do meu calendário.
Mal cheguei encontrei um grupo de três jovens que conheço. E que animados estavam...
Na nossa conversa “brincámos” com o tipo de figuras presentes naquela noite... reconhecendo as pessoas pelas matriculas dos carros, ou pelo modelo dos mesmos. A conversa caiu no rotular típico das conversas sobre práticas, discursos ou mesmo sobre as vivências de cada um. Alguns diriam que estivemos numa de cusquice... talvez mas a verdade é que fomos dando a “conhecer” assim as diferentes pessoas que por ali estavam.
Os três jovens com quem estava que tem em comum a área profissional, que criou e reforçou redes de amizade entre si estavam divertidíssimos.
Como nos conhecemos bastantes bem acabámos por conversar de muitas outras coisas nomeadamente das coisas de trabalho.

O A. é um desses jovens (25 anos), que por razões profissionais se encontra neste momento numa pequena localidade do interior do distrito de Coimbra e que se desloca a Coimbra, uma ou duas vezes por semana, com o objectivo de rever as pessoas que lhe estão próximas e de conhecer novos “amigos ou mesmo engates”.
Estas visitas são como ele disse os momentos “em que a bicha enclausurada dentro de mim sai e me divirto a sério com os meus amigos!”
Conversámos um pouco e o A. e ele salientou que apesar do aspecto promiscuo que a maioria das pessoas coloca naquele espaço esle sente o mesmo como um local onde “posso ser a louca” ou simplesmente conversar com os meus amigos.... um espaço que não sendo perfeito é o único onde a maioria dos homossexuais da cidade é sincero e aberto sobre a sua sexualidade, “sobre os seus desejos, a sua vontade... os seus sonhos!”. Lacónico, este jovem foi crítico a todos os que vão emitindo “discursos de moralidade sobre aquele espaço, mas que não o conhecem realmente!”

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