Friday, May 06, 2005

… e as claves

Pois é, na “música” que “compus” anteriormente da noite da Serenata em que dei as “notas” … esqueci as “claves”…

… de sol

Algures na noite vi o F.
F. é um jovem que conheço à longos anos.
Recordo que a primeira vez que o vi, terá sido em 2000, ele era um jovem adolescente ao engate na “estação nova”. Ao longo destes anos fui encontrando-o na cidade… até que no ano lectivo passado o vi pela primeira vez de traje.
Era portanto estudante da Universidade, e como o encontro muito no Departamento de Matemática, deduzo que seja aluno da Faculdade de Ciências.
Isso pouco importa… pois a “marca” dele é-me dada pelo exagero… do seu modo de estar, da sua imagem, mas acima de tudo pelo facto de frequentemente o encontrar alcoolizado.
A quantidade de vezes com que isto acontece, levou-me à alguns meses a pedir ajuda a uma amiga comum.
O que sei hoje sobre a história de F. é exemplificativo da discriminação, no seu estádio mais gritante.
Enquanto jovem adolescente, F. foi um aluno brilhante e cedo descobriu a sua homossexualidade. Contou aos pais… e foi expulso de casa, sendo salvo pela avó paterna.
Filho de “famílias abastadas” continuou a estudar… mas a tristeza apoderou-se dele. Sofre… sofre por causa da homofobia que o foi afastando da família!
Ontem meti conversa com ele. Passava junto a minha casa, cambaleava… Ofereci ajuda e o seu olhar ficou espantado ao reparar em mim…
Recordava-se de mim e relembrava uma conversa que tínhamos tido sobre homossexualidade nas escolas e homofobia.
Perguntei-lhe como estava? Ele chorou… chorou e pediu-me que o acompanhasse até ao táxi.
Assim o fiz!

… de fá

Serão as práticas sexuais em espaços públicos negativas? O discurso sobre a sexualidade, em particular a homossexual, em espaço público tem sido objecto de muita tinta, e alguma moral!
Na minha opinião o sexo em lugares públicos não deverá, à partida, ser considerado uma experiência negativa ou um problema em si mesmo. Na realidade pode ser para muita gente uma agradável e excitante actividade.
Alguns autores colocam alguns problemas entre eles a questão da ofensa a uma ética ou moral, ou ainda questão da existência de “resíduos” que poderão funcionar como fonte de poluição… quem não recorda aqueles recantos nas matas cheios de preservativos?
Mas ironias à parte, existem duas questões que este tipo de práticas me suscita: a segurança pessoal e a homofobia; e a saúde mental e o comportamento obsessivo.
A questão da segurança pessoal é extremamente importante pois a população homossexual, em particular, está vulnerável a ataques homofóbicos – as situações em Viseu podem se enquadra neste tipo de violência? – que habitualmente marcam este tipo de espaços.
Uma outra questão está relacionada com o facto de que o ‘cruising’ e o ‘cottaging’ podem em alguns casos se transformar em comportamentos obsessivos que esvaziam as práticas sexuais e causam mal-estar.

Surgiu esta reflexão sobre as praticas sexuais em espaço público devido a uma situação por mim vivida ontem.
Quando visitei a “beira-rio” com um dos meus informantes… reparámos que junto ao Estádio Universitário um carro parecia “ocupado”.
Passámos e ficámos atónitos…
Sem moralismo: um homem e uma mulher em pleno acto sexual não dentro do carro mas sim no “capon” do veiculo – um Mercedes – , com direito a pormenores ‘interessantes’ numa lógica de exibicionismo que foi uma novidade para mim!
Pensei: ok… são livres de o fazer…!

Mas, e se fossem dois homens? Ou duas mulheres?

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