Monday, May 23, 2005

Um debate…

Numa resposta necessária a alguns pedidos – e apesar do atraso -, mas também a uma intenção minha aqui vão algumas notas sobre o debate “a Homofobia e a Universidade” feitas das minhas múltiplas identidades (homossexual, activista e investigador).



Um primeiro olhar para o pré-debate… o TAGV estava como habitual numa tarde de semana cheio de estudantes que estudavam, conversavam ou… simplesmente engatavam! Sendo o TAGV um dos locais de sociabilidade da população homossexual da cidade em particular dos estudantes universitários, este espaço de grande beleza arquitectónica estava nesse final de tarde “adornado” de um modo muito belo…

As apresentações feitas por mim e pela Carmo Marques – o Henrique Pereira, acabou por não vir – ocorreram como esperado… entre o mais académico e o mais activista foram apresentadas algumas ideias interessantes em torno das questões da educação e homossexualidade e homofobia no espaço universitário.

Mas foi o debate que se seguiu que animou as hostes. A moderadora, Magda Alves, (em representação do Pelouro de Intervenção Cívica da Direcção Geral da Associação Académica de Coimbra) resolveu lançar a discussão da visibilidade e dos modelos de intervenção do movimento LGBT.
Gerou-se então uma discussão em tornos de temas mais ou menos habituais sobre o modelo de construção da visibilidade por parte do movimento LGBT em que surgiu a eterna discussão sobre a Marcha do Orgulho e coisas do género.
Foi assim a concentração de Viseu, realizada no dia anterior, que provocou mais polémica entre os presentes tendo parte deles defendido a necessidade de promover sessões de esclarecimento nas escolas, antes de avançar para esse tipo de intervenções públicas.
Gerou-se assim uma conversa animada entre o "olhar estratégico" de alguns dos presentes defendendo a necessidade de algum cuidado na exposição pública que provoque “choque” e aqueles que defenderam a questão da visibilidade homossexual como uma questão do “foro humano”, relacionada sim, com os direitos humanos e o combate à discriminação e a homofobia.
Acalorada a discussão teve o seu momento alto na confrontação entre a lógica da estratégia de intervenção e as vivências do quotidiano homófobo e discriminatório dos homossexuais, que levou a um ou outro "tom de voz" mais acalorado.

Uma nota final: ao longo dos últimos 3 anos tenho participado em inúmeras sessões deste tipo e sentido a dificuldade que é envolver a população homossexual nas mesmas. Este debate quebrou, definitivamente, - espero eu -, esta lógica.... eram muitos os jovens, na sua maioria estudantes universitários presentes... gostei disso e espero que seja um sinal de maior participação e activismo por parte dessa população.

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