Thursday, May 26, 2005

o “chá”…

Uma das marcas mais vísiveis da homossexualidade no espaço público da cidade.
Simplesmente para quem não sabe o “chá” corresponde a uma avenida junto ao Estádio Universitário de Coimbra, bem como a sua continuação numa estrada fronteira ao rio Mondego até ao lugar de Bencanta. É como habitual em tantas outras cidades um local de “cruising”, de engate, de encontro homossexual…
Por lá circulam carros que com sinais de luzes, seguimentos e conversas se vão encaminhando para um inter-conhecimento dos seus proprietários… Os espanhóis chamam a esta hábito “hacer la carrera”.



No caso de Coimbra é um espaço com uma longa história que nos últimos 20 anos sofreu profundas alterações mas foi sempre uma marca das vivências homossexuais da cidade.
Sobre a sua história uma nota: no início dos anos 90, quando eu pessoalmente comecei a frequentar tal espaço, este situava-se na Avenida Cidade Aeminium, do outro lado do rio, junto à Estação Nova. Ora esta avenida tem nos seus passeios algumas dezenas de tileiras. Essas tileiras deram o nome ao local… a comunidade encontrava-se na rua e dizia “vemo-nos nas tília”, ou então “logo à noite tomamos uma chá de tília?”. Daí a que a expressão “ir ao chá” se tenha familiarizado entre a comunidade passou pouco… no entanto, a memória da comunidade “esqueceu” a origem da expressão.

Hoje, bem como no passado, é uma realidade polémica. A opinião dos homossexuais da cidade varia: entre a crítica ao tipo de encontros sexuais que lá acontecem, ao perigo devido à presença de prostitutos (e aos ataques por parte de homófobos que por lá já aconteceram) ou à imagem de promiscuidade que é dada da comunidade homossexual, por um lado; e por outro aqueles que defendem o espaço como uma espaço de encontro de amigos, um espaço que foge à heteronormatividade dos restantes espaços da cidade.

Sendo um espaço fortemente polemizado na comunidade é ao mesmo tempo um espaço a que importantes franjas (os mais velhos com particular destaque) reconhecem muita importância.

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