Monday, October 31, 2005
Tuesday, October 25, 2005
Thursday, October 20, 2005
a serenata
Ontem fui à Serenata da Latada. Fui com o Danyel com a consciência de que seria possivelmente a ultima festa académica do início do ano em que ele participaria como estudante e de que seria muito importante estar naquele com ele momento.
Abraçados colocámo-nos no centro da Praça da Sé Nova, num espçao um pouco mais alto...
Este ano a localização da Serenata, por decisão da AAC, foi alterada com o objectivo de demonstrar mais uma vez a ‘guerra’ que tem oposto a Reitoria da Universidade de Coimbra à associação representativa dos estudantes.
Eu o Danyel lá permanecemos... agarradinhos… abraçados… trocamos beijos… e nem piadas… nem risadas… ouvimos apenas um, ou outro comentário de surdina pelo espanto de observarem um casal gay sem problemas a fazer o que tanto ‘casais heteros’ fazem naquela noite: partilhar carinho, amor…
Bem pelo contrário… com os apertos de repente estava mesmo ao nosso lado um ‘casal hetero’… abraçados.
Ironia ou não era um casal ‘bi-racial’…
Abraçados colocámo-nos no centro da Praça da Sé Nova, num espçao um pouco mais alto...
Este ano a localização da Serenata, por decisão da AAC, foi alterada com o objectivo de demonstrar mais uma vez a ‘guerra’ que tem oposto a Reitoria da Universidade de Coimbra à associação representativa dos estudantes.
Eu o Danyel lá permanecemos... agarradinhos… abraçados… trocamos beijos… e nem piadas… nem risadas… ouvimos apenas um, ou outro comentário de surdina pelo espanto de observarem um casal gay sem problemas a fazer o que tanto ‘casais heteros’ fazem naquela noite: partilhar carinho, amor…
Bem pelo contrário… com os apertos de repente estava mesmo ao nosso lado um ‘casal hetero’… abraçados.
Ironia ou não era um casal ‘bi-racial’…
Sunday, October 09, 2005
trilhos...
Na ressaca destes tempos de trabalho sinto que um vazio se foi pouco a pouco apoderando de mim. Ou talvez, seja apenas um olhar triste sobre a falta de um objectivo para já. Um objectivo óbvio...
Nos tropeços do meu quotidiano de onde menos seria esperado surge uma qualquer frase ou páginas que leva a espacializar o meu quadro vivencial.
Habitualmente leio bastante... gosto de ler, de olhar para a página e encantar-me com sons, com os grafos, mas acima de tudo com as ideias...
Hoje tropecei numa dessas frases provocadoras no livro ‘o canto nómada’ de Bruce Chatwin:
“Era verdade que os aborígenes não podiam imaginar um território como um bloco de terras delimitadas por fronteiras, mas sim como uma rede emaranhada de ‘trilhos’ ou ‘passagens’.
- Todas as nossas palavras para ‘região’ são as mesmas que para ‘trilho’.”
(Chatwin, 1987:73)
E assim, talvez, também nós somos capazes de construir os nossos territórios a partir dos ‘trilhos’ dos nossos quotidianos. Assim vamos construindo aquilo que desejamos e que consideramos essencial na construção das nossas vivências...
Nos tropeços do meu quotidiano de onde menos seria esperado surge uma qualquer frase ou páginas que leva a espacializar o meu quadro vivencial.
Habitualmente leio bastante... gosto de ler, de olhar para a página e encantar-me com sons, com os grafos, mas acima de tudo com as ideias...
Hoje tropecei numa dessas frases provocadoras no livro ‘o canto nómada’ de Bruce Chatwin:
“Era verdade que os aborígenes não podiam imaginar um território como um bloco de terras delimitadas por fronteiras, mas sim como uma rede emaranhada de ‘trilhos’ ou ‘passagens’.
- Todas as nossas palavras para ‘região’ são as mesmas que para ‘trilho’.”
(Chatwin, 1987:73)
E assim, talvez, também nós somos capazes de construir os nossos territórios a partir dos ‘trilhos’ dos nossos quotidianos. Assim vamos construindo aquilo que desejamos e que consideramos essencial na construção das nossas vivências...
Tuesday, October 04, 2005
gaydar e a confusão
Um amigo - o cysne - mandou-me este texto sobre uma questão interessante: os contactos virtuais na net?
Leiam e comentem...
Estas coisas de conhecer pessoas no gaydar, ou noutro qualquer canal virtual de ciber encontros, trazem sempre segredos. Aparecem nas características de assumpção dos profiles das pessoas as seguintes descrições: Assumido, “Sim” ou “Não”, e “Não se aplica”.
Eu fico sempre um pouco confuso com isto.
O “Não” é simples e linear. Ninguém sabe, ou se souberem é muito pouca gente, um ou dois amigos mais íntimos e talvez uma pessoa da família, se tanto. Podemos contar que iremos encontrar uma pessoa com os seus próprios medos – quem os não têm? – e é questão de nos adaptarmos a eles.
O Não Se Aplica é que me deixa confundido! Como é um Não se aplica? Se for alguém transsexual, em que seja evidente o género anterior a que pertencia, tudo bem, não se aplica pois a visualização da pessoa em si deixa perceber a sua diferença, agora, naqueles que se auto intitulam um homem masculino e depois põem um Não se aplica põe-me à nora.
O Assumido é, no entanto, o que menos desvenda. Uns dizem que para serem assumidos basta assumirem-se para si próprios. Noutros, só sabem um ou dois amigos. Outros “toda” a gente sabe, e nestes há aqueles que: a) “nós não apareçamos no trabalho porque lá não sabem”; os que: b) “toda a gente sabe mas a família não pode saber”; os que c) juntam os dois: nem a família nem os colegas sabem, no que eu me questiono quem é o toda a gente? - Algumas vezes descubro que são as pessoas que frequentam as mesmas discotecas gays!; E os que, me baralham ainda mais: d) porque tirando o toda a gente, quem não sabe é a namorada ou, nalguns casos, a mulher! Portanto, como se vê, cada um define a assumpção à sua própria imagem. Por fim há os que são assumidos, como eu, porque não escondem a sua vida privada e fazem esclarecimentos nas escolas sobre homossexualidade, dão entrevistas, vão às paradas, etc. Ora, para os primeiros, estes, muitas vezes, não são assumidos: são propagandistas incómodos, exibicionistas, presunçosos, que acham que é fácil assumir-se e que toda a gente deveria ser como eles.
Resumindo, quando leio esta característica fico sempre na mesma! Um não assumido pode ser mais assumido do que um assumido, e um não se aplica é um mistério da natureza que ainda terei de desvendar!
Leiam e comentem...
Estas coisas de conhecer pessoas no gaydar, ou noutro qualquer canal virtual de ciber encontros, trazem sempre segredos. Aparecem nas características de assumpção dos profiles das pessoas as seguintes descrições: Assumido, “Sim” ou “Não”, e “Não se aplica”.
Eu fico sempre um pouco confuso com isto.
O “Não” é simples e linear. Ninguém sabe, ou se souberem é muito pouca gente, um ou dois amigos mais íntimos e talvez uma pessoa da família, se tanto. Podemos contar que iremos encontrar uma pessoa com os seus próprios medos – quem os não têm? – e é questão de nos adaptarmos a eles.
O Não Se Aplica é que me deixa confundido! Como é um Não se aplica? Se for alguém transsexual, em que seja evidente o género anterior a que pertencia, tudo bem, não se aplica pois a visualização da pessoa em si deixa perceber a sua diferença, agora, naqueles que se auto intitulam um homem masculino e depois põem um Não se aplica põe-me à nora.
O Assumido é, no entanto, o que menos desvenda. Uns dizem que para serem assumidos basta assumirem-se para si próprios. Noutros, só sabem um ou dois amigos. Outros “toda” a gente sabe, e nestes há aqueles que: a) “nós não apareçamos no trabalho porque lá não sabem”; os que: b) “toda a gente sabe mas a família não pode saber”; os que c) juntam os dois: nem a família nem os colegas sabem, no que eu me questiono quem é o toda a gente? - Algumas vezes descubro que são as pessoas que frequentam as mesmas discotecas gays!; E os que, me baralham ainda mais: d) porque tirando o toda a gente, quem não sabe é a namorada ou, nalguns casos, a mulher! Portanto, como se vê, cada um define a assumpção à sua própria imagem. Por fim há os que são assumidos, como eu, porque não escondem a sua vida privada e fazem esclarecimentos nas escolas sobre homossexualidade, dão entrevistas, vão às paradas, etc. Ora, para os primeiros, estes, muitas vezes, não são assumidos: são propagandistas incómodos, exibicionistas, presunçosos, que acham que é fácil assumir-se e que toda a gente deveria ser como eles.
Resumindo, quando leio esta característica fico sempre na mesma! Um não assumido pode ser mais assumido do que um assumido, e um não se aplica é um mistério da natureza que ainda terei de desvendar!