Sunday, May 29, 2005

o “chá” em obras

Da minha casa vejo o “chá”… ou melhor, vejo Santa Clara e a Margem Esquerda.
Animo-me, algumas vezes, a beber chá à varanda e a observar a animação que vai pela avenida junto ao Estádio Universitário…
A observação longínqua do espaço geográfico que em outros momentos é o espaço de observação etnográfico próximo pode ser bastante enriquecedora.
Saber que um dos meus espaços privilegiados de observação está ali ao meu alcance… a qualquer momento…
Recordo um exemplo: à algumas semanas, aí pelo final de Abril, ao olhar pela minha varanda vi um carro da PSP parar junto a outros dois veículos que estavam parados. Seguiram-se dois ou três minutos de previsível inquirição e logo os dois veículos saíram da avenida. Claro que durante os minutos que a polícia esteve por lá e durante mais algum tempo a avenida manteve uma calma fictícia. Como habitual a presenças das “forças da ordem” leva ao “desaparecimento” dos homossexuais.

Ontem quando olhei para a avenida, inicialmente fiquei espantado pelo corrupio que por lá andava… mas o engano cedo se desvaneceu: uma alteração no trânsito na área do Rossio de Santa Clara levou a um desvio do trânsito que cruza a ponte na direcção da Margem Esquerda para a avenida paralela ao Estádio Universitário. De repente o “chá” deixou de ser uma avenida marginal e virou um espaço central do tráfego.
Até quando? Como referiu um anónimo num comentário ao post anterior “o chá pode vir contudo a ter uma morte anunciada... quando o Fórum Coimbra e a Bissaya Barreto tiverem as obras terminadas aquela zona vai ganhar muito mais movimento... e como sabemos, quem vai ao “chá” não gosta de exposição...”. Se é verdade a questão que a população que frequenta o espaço não gosta de exposição, verdade será também que existirá sempre um espaço deste tipo na cidade (ou melhor, nas franjas da cidade) e que a “comunidade” saberá se adaptar e criar um novo espaço…
Espero para ver o que acontece!

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