Thursday, July 28, 2005

Uma noite final...

Ontem terei terminado o meu trabalho de campo...
E terminei com um conjunto de situações que não só enriqueceram interessantemente o meu trabalho, mas também porque me fez pensar nos momentos que ao longo deste ano funcionaram como espaços de capacitação e de trabalho etnográfico.

O minha noite começou assim com um jantar de “despedida” de uma das minhas informantes que vai voltar para a terra natal. O jantar realizado numa dos restaurantes da alta, foi divertido. Éramos umas quinze pessoas, na sua maioria amigos da “moçoila”. Como comentei com o Silvio, aquele jantar junto o maior número de lésbicas se que me recordo em Coimbra, e foi um espaço animado onde a maioria das pessoas presentes se divertiu.
Pelo tipo de sociabilidade que a população lésbica tem, ao longo deste ano não foram muitas as situações em que tive oportunidade de ver um ajuntamento assim. Mais tenho a sensação que um dos riscos do meu trabalho passa por esse “ausência” de referências às vivências lésbicas.

Interessantemente este derradeiro dia de trabalho de campo talvez tenha trazido algo de novo neste aspecto. Isto porque terminado o jantar fomos beber copos ao Quebra Costas, e a de novo olhei para a Esplanada e vi um número de lésbica pouco habitual naquele espaço. Vários casais estavam por ali numa de namoro, calmas e tranquilas, com alguns gestos de carinho (mais ou menos óbvios) e olhares apaixonados. Animado comentei isso com alguns e algumas das minhas informantes presentes que se riram com o meu espanto.
Bebi... e recordei que talvez esta fosse a última vez que iria a este espaço com aquela intenção...

Depois... resolvi “ir ao chá”...
Conseguida a boleia com um amigo... dirigimo-nos para a Ponte Açude e a partir de aí a animação não mais parou... estavam dezenas de carros a circular no novo chá – agora deslocado para a área junto Bencanta – e como me foi referido por um dos meus informantes que por lá encontrei as ultimas noites tem sido muito animadas.
Recordei então as mudanças que se deram nos últimos tempos no “chá” e o modo como o espaço se está reconstruindo como espaços de encontro e sociabilidade para parte da comunidade gay da cidade.

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