Wednesday, June 15, 2005

futilidades e conversas

Ontem foi dias de copos... eu o Danyel mais o Ivo e o Daniel G. Fomos beber um copo no Quebra Club.
Nste grupo restrito, o Ivo e o Daniel G são dois dos meus informantes privilegiados, estive assim umas horas a conversar sobre o meu trabalho de investigação mas acima de tudo sobre as vivências homossexuais de que eles se sentem parte.
Um dos momento da noite foi sem sombra de dúvida aquele em que o Daniel G. comparou o espaço do Quebra Club, com o Quebra Costas. Segundo ele o estabelecimento junto ao rio Mondego é bem mais heteronormavo, menos intimista do que o clássico bar na alta de Coimbra. É bem possível que assim seja, até porque a área do Parque Verde é um dos locais “mais fashion” da cidade, enquanto que o “velho” Quebra é “um espaço mítico da noite de Coimbra”.
Passado este momento a nossa conversa derivou para questões de futilidade como sejam os novos cortes de cabelo que queremos fazer, as novidades de uma qualquer marca de roupa, ou de telemóveis..
Os meus informantes conseguiram ainda falar sobre as mudanças no “chá”, as “outras bichas” presentes, os olhares, aquela mesa no canto....

Quando penso neste nossa noite reflicto sobre alguns dos modelos de construção das sociabilidades homossexuais em Coimbra. Tenho vindo ao longo do tempo a ressaltar algumas ideias que me parecem essenciais:
- a cidade tem um vivência urbana que limita as sociabilidades homossexuais em espaço público e espaço semi público (como bares ou discotecas);
- a “comunidade” homossexual da cidade, encontra-se realmente disseminada pela cidade, se bem que em momentos de maior sociabilidade tendem a se encontrar em determinados espaços;
- esses espaços determinados funcionam como espaços de segurança e visibilidade (que têm vindo a crescer ao longo do tempo) e apesar de não serem marcadamente “espaços gays” foram, e são, apropriados pela “comunidade” construindo e vivendo neles as suas sociabilidades;
- que a “comunidade” se organiza fortemente em redes de amizade e que esta tem um papel essencial nas sociabilidades dos homossexuais, em particular dos jovens homossexuais estudantes universitários (um dos problemas do meu estudo actualmente é que o número de pessoas que responderam ao meu inquérito é bastante centrado sobre a população universitária).

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